Manifesta??es culturais na di?spora, o nosso Cord?o Umbilical com Cabo Verde!
Este foi o primeiro ano em que no fomos a Cabo-Verde no vero!. Joana Correia e a sua famlia vivem em Sartrouville, uma comuna francesa situada numa das regies que agrupa a le-de-France. A residir em Frana h 7 anos, esta famlia cabo-verdiana composta por quatro membros, vive a imigrao de forma nostlgica e com muita ligao sua terra de origem. Como dizia Sayad (1999), emigrar emigrar com a sua histria, com as suas tradies, os seus modos de viver, sentir, agir e pensar, com a sua linguagem e ressalto e, sobretudo, com a sua cultura.
a histria de Joana, de seu marido Antnio Correia e suas duas filhas Marlene e Solange, com 25 e 20 anos, respetivamente. Chegaram s terras francesas em 2013 como quase todos os emigrantes procura de uma vida melhor. Algo que testemunham, com orgulho, ter encontrado. Joana descreve mesmo Paris como a cidade mais fascinante do mundo. Contudo, uma realidade que preenche a vista, completa sonhos, mas no aquece o corao. Falta-nos a morabeza, a nossa morabeza o nosso cordo umbilical com Cabo Verde.
Ser cabo-verdiano e permanecer longe da nossa gente pertencer a todo o lado e, ao mesmo tempo, a parte alguma. O nosso alento est na nossa tradio. Manter a nossa cultura na dispora a nossa forma de trazer sempre o nosso Cabo Verde para perto de ns. Podemos mesmo dizer que existe um pequeno Cabo Verde em cada pas onde vivem os cabo-verdianos, quer no estilo de vida, quer na forma como acentuam os dias importantes para o seu pas no contexto diasprico.
o caso da celebrao do dia da independncia de Cabo-Verde, em Frana. Evento no qual, evidentemente, Joana e a famlia nunca deixam de estar presentes.
Com a mo no queixo, olhar distante, voz de sodadi e nostalgia, Joana fala da sua ltima experincia sobre a comemorao desse dia importante para o nosso pas, como se estivesse a reviver aqueles momentos: Dentadas na espetada de carne assada, goles de ponche para abafar e corpos que no conseguem permanecer parados. Ritmos, tambor, batuque, funan e morna. Danas ao compasso de funan, suores que escorrem pelos pescoos, e sorrisos nos rostos. Risos, abraos e comida saborosa.Gente contente, gente junta gente unida. Uma dana peito com peito com o meu Antnio ao som de sodadi de Cesria vora, a nossa diva da morna. Caras familiares e bandeiras nacionais por todo o lado. Um pas traduzido em forma de smbolos culturais, mas, sobretudo, de morabeza. assim o nosso Cabo Verde e a nossa morabeza. Ah, Cabo Verde! Assim somos ns, e assim que o nosso corao aquece!
A grande comemorao do Dia da Independncia Nacional 2019, pela comunidade cabo-verdiana em Paris (Frana), teve lugar nos dias 6 e 7 de julho, na regio de Champagne. O evento teve como palco Villenauxe-la-Grande, (regio situada a uma hora e meia de Paris), sob o lema Cabo Verde em Champagne. Organizado numa parceria entre a embaixada cabo-verdiana em Frana e o municpio anfitrio, com o objetivo de, tal como todos os anos, sair com Cabo Verde rua. Um convvio apelidado de franco-cabo-verdiano,devido oportunidade de descobrir Champagne e sua cultura atpica, enquanto se vive Cabo verde atravs da sua gastronomia, tradies e patrimnio cultural.
Tal como se viram abdicados da tradicional viagem de vero (no ms de agosto), este ano (2020), Joana e a famlia tambm ficaram apenas na saudade do convvio na comemorao dos 45 anos da Independncia de Cabo Verde. Isto tudo devido roleta russa denominada de Covid-19. Por hora, ficamos na saudade e resta-nos a esperana nos dias melhores.
At l, como j diziam, longe da vista, perto do corao, amado Cabo Verde.
Crnica de Ftima Fernandes
Crioula, residente em Paris, Frana @fatima_fernandes_8 no Instagram